9 dicas para estimular a concentração das crianças

Desde o início da pandemia que passamos a estar mais expostos ao stress. E as crianças não são exceção. A torrente de estímulos e informações a que estamos sujeitos todos os dias tem um impacto que não deve ser negligenciado e que pode refletir-se a vários níveis, por exemplo, numa diminuição da concentração nas atividades escolares.    

Por norma, as crianças, por si só, já manifestam maior dificuldade de concentração do que os adultos na medida em que ainda não se encontram maturados na sua plenitude. Se é o caso do seu filho, não se preocupe: esse processo tende a resolver-se com o passar dos anos, ainda que possa originar vários constrangimentos durante a aprendizagem, tornando-a mais complexa durante um determinado período.  

Sobretudo na escola, é comum vermos crianças agitadas, desinteressadas e desmotivadas quando sofrem desta dificuldade de concentração. É fundamental estar atento aos sintomas. Nem sempre é possível resolver a cem por cento a falta de concentração quando na sua génese estão disfunções neurológicas que afetam o córtex pré-frontal, a área do cérebro responsável por exemplo pela atenção, organização, controlo de impulsos e capacidade de expressar sentimentos. Mas há muito que pode e dever ser feito.

A começar pelo diagnóstico correto do que pode estar em causa. Há que despistar se estamos perante um quadro de Défice de Atenção ou simplesmente de alguém muito distraído. Será apenas uma agitação normal na respetiva etapa do desenvolvimento em que se encontra ou algo mais complexo como uma perturbação? Muitas vezes confundem-se os conceitos, prejudicando o desenvolvimento da criança. 

É essencial que a origem das dificuldades, as causas e os sintomas sejam conhecidos. Quanto mais cedo melhor, permitindo adequar uma resposta mais eficaz às necessidades. Tenha sempre presente que o tempo de concentração infantil varia muito de criança para criança e deve ser estimulado, caso contrário pode tornar-se numa dificuldade mais complexa.

Como promover então a concentração da criança, ajudando-a resolver as suas dificuldades de concentração? 

  • Cuide da saúde da criança: o bem-estar físico e psicológico contribui para melhorar o desempenho cognitivo e as capacidades de concentração. O descanso, a alimentação saudável, o exercício físico e as atividades lúdicas são essenciais para que a criança consiga desenvolver-se e atingir o seu máximo potencial.

  • Envolva-se na rotina escolar:  ao prestar atenção aos hábitos diários da criança incluindo as atividades escolares, estará em melhores condições para avaliar se a dificuldade da criança se deve a uma perturbação ou apenas a falta de interesse e motivação para o estudo de determinada matéria. 

  • Defina uma rotina: é muito difícil exigir às crianças organização e concentração quando em casa os pais são os primeiros a prevaricar. Os filhos tendem a ser o espelho dos pais. Estabeleça regras claras, com horários de lazer e de estudo. Não se esqueça que é fundamental disponibilizar em casa um espaço adequado às atividades escolares, bem iluminado e longe de elementos distrativos.  

  • Ofereça-lhe períodos de descanso: nas atividades escolares em casa por exemplo, é fundamental permitir à criança uma pausa de 10 minutos por cada hora de estudo. Esse intervalo reveste-se de enorme importância na medida em que garante a renovação das energias, entretanto despendidas, ajudando a criança a voltar ao trabalho com maiores níveis de concentração. Defina um período temporal concreto para um lanche, por exemplo.  Ao saber que há um limite para o tempo em que precisa estar concentrada, a criança tenderá a desenvolver a sua atividade com maior eficiência. Depois, à medida que a capacidade de concentração da criança vai melhorando, poderá ajustar essa pausa. Sempre que sentir que a mente da criança começa a vaguear sinalize o momento com um sinal de alerta. Pode, por exemplo, colocar a mão no ombro da criança ou dizer-lhe uma palavra específica. Não se esqueça de partilhar com os professores esta e outras estratégias. 

  • Valorize os comportamentos positivos: os reforços são fundamentais para o desenvolvimento de uma boa autoestima e autoconfiança, permitindo assim consolidar a capacidade executiva da criança, nomeadamente os seus níveis de concentração. Elogie o esforço despendido para atingir um determinado objetivo, mesmo que não o tenha alcançado. 

  • Ajude a descobrir os pontos fortes: não realce apenas os desafios a atingir. Destaque também os talentos da criança, contribuindo para que ela consiga identificar quais as atividades onde é mais forte. Quando as crianças compreendem aquilo em que são boas, isso cria confiança e ajuda-as a manterem-se motivadas quando as coisas se tornam mais difíceis. Ajuda-a a evoluir. 

  • Limite as instruções: é contraproducente dar várias instruções em simultâneo a uma criança com dificuldades de concentração. Não o faça. Para uma criança com estas dificuldades pode ser igualmente complicado ouvir, lembrar e executar muitas tarefas que lhe são pedidas ao mesmo tempo. Ensine a criança a priorizar tarefas por ordem de importância e grau de complexidade. Por exemplo, quando está muito cansada atribua-lhe responsabilidades menos exigentes e vice-versa. Ou seja, sempre que ela manifestar maiores índices de concentração deve começar pelas atividades mais difíceis. 

  • Recorra a jogos didáticos: a maioria das crianças gosta de jogar. Há que tirar partido desse interesse para introduzir atividades que estimulem a criatividade e o raciocínio, bem como a capacidade de concentração. Há jogos didáticos que permitem treinar o chamado músculo da atenção. Recorra por exemplo a quebra-cabeças, jogos de memórias, sopa de letras e contos. 

  • Use a meditação: o Yoga por exemplo pode contribuir também para o aumento da capacidade de concentração. Estudo recentes demonstram que a meditação reduz o stress, a ansiedade, a depressão e melhora a nossa capacidade de atenção.  

 Artigo escrito e publicado pelo Sei – Centro de Desenvolvimento e Aprendizagem

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