9 dicas para ajudar a criança a lidar com o stress na escola

Os desafios do ensino podem gerar momentos de stress entre os mais novos, sobretudo junto daqueles que apresentam dificuldades de aprendizagem. E se a maior parte das crianças até consegue lidar com as responsabilidades escolares da forma mais natural possível, outras revelam maior dificuldade para contornar situações de tensão e podem manifestar preocupantes sinais de desgaste físico e emocional, por exemplo, cansaço extremo, insónias e desmotivação.  Nesse caso, precisarão de ajuda, antes que essa condição se agrave. 

Nunca esquecer:stress é um estado de desequilíbrio que não deve ser negligenciado e que, por vezes, tende a desencadear, não apenas entre os adultos, um conjunto agressivo de reações físicas, químicas e mentais. Comummente, essas perturbações são de curta duração e facilmente ultrapassadas, mas no limite podem prolongar-se e passar a uma condição grave o suficiente para que se exija apoio especializado.  

A criança é um ser em permanente evolução, bastante sensível e capaz de interiorizar as emoções das pessoas à sua volta. Precisa de desenvolver ferramentas para saber controlar os momentos de stress a que está exposta. Falar de stress é o primeiro passo para aprender a lidar com ele. 

Eis algumas dicas para ajudar a criança a sentir menos tensão perante os desafios mais complexos com os quais se confronta:

  1. Vista a pele de um detetive: a criança com dificuldades de aprendizagem pode nem ter consciência dos níveis de stress a que está sujeita no quotidiano. Ajude-a a descobrir o que sente e a encontrar uma explicação. Tente fazer perguntas simples de resposta fácil, procurando em conjunto identificar as razões por detrás desse mal-estar. Permita à criança verbalizar o que sente sem constrangimentos de qualquer espécie. Falar de receios e inseguranças, por vezes, pode ser um alívio. Pergunte, por exemplo: "sentes-te preocupado por teres de ler em voz alta em frente a toda a turma?" 

  2. Divida os trabalhos de casa: resolver uma página inteira de exercícios de matemática pode ser muito desgastante para uma criança, sobretudo para aquelas que apresentam dificuldades de aprendizagem ou défice de atenção. Porque não dividir então os respetivos exercícios em três etapas intervaladas por momentos de brincadeira? Experimente, talvez seja mais fácil e do agrado da criança e até mais eficiente do ponto de vista da aprendizagem. Em 12 exercícios, por exemplo, faça quatro consecutivos e antes de avançar para o próximo grupo de quatro permita uma diversão pelo meio, um lanche ou uma pausa.  

  3. Diminua os níveis de ansiedade: invista nos momentos de lazer. Se, por exemplo, a criança for iniciar uma nova atividade, ajude-a a conhecer todo o meio envolvente antes de se estrear. Apresente o novo mestre de karaté ou o novo professor de dança. Faça uma visita guiada ao local onde vai decorrer, mostrando todos os cantos das instalações e as pessoas que aí trabalham. Se a criança souber o que vai encontrar no primeiro dia de aula, sentirá menos ansiedade e mais segurança. E logo, menos stress. Os momentos de lazer e descanso também são fundamentais para o bem-estar da criança.

  4. Elogie até as mais pequenas vitórias: Como já vimos, as crianças com dificuldades de aprendizagem podem sentir mais stress quando se confrontam com um novo desafio escolar. Não se esqueça de elogiar sempre que elas se esforçam para a resolução de uma determinada tarefa escolar, ou desafio, mesmo que o resultado final não seja propriamente aquele que se pretende. Elogie o esforço e não apenas o talento. Mais importante do que o resultado executado com sucesso é o empenho que demonstramos em alcançá-lo. Felicite a criança a cada vitória, por mais pequena que seja, desde que, sempre, com sinceridade.  Se ela sentir que o seu esforço e sucesso são reconhecidos tenderá a sentir menos tensão sempre que enfrenta um novo obstáculo. Não caia em falsos elogios, pode ser prejudicial para a criança. 

  5. Ajude a desabafar: o stress pode evaporar-se como o fumo de um motor. Incentive a criança a libertar a pressão que sente através, por exemplo, de uma atividade física em família. Encoraje a cantar em karaoke e a dançar a música favorita entre os intervalos das tarefas escolares. Entre na brincadeira e mostre que há atividades do agrado da criança que podem ser realizadas em família. Promova o diálogo. Partilhe sensações. E pergunte no fim qual foi a parte mais e menos divertida, ajudando-a a desabafar e a dar nomes aos sentimentos.

  6. Encontre atividades extracurriculares: para uma criança que apresenta dificuldades de aprendizagem na escola, ser boa numa determinada atividade extracurricular, como o futebol ou a ginástica rítmica, representa um importante impulso. Todos nós somos bons em alguma coisa, ajude a criança a identificar a atividade onde se distingue das demais através de um rendimento acima da média. Como já vimos, estas atividades podem ser fundamentais para o alívio do stress em determinados dias da semana.

  7. Estabeleça rotinas: uma casa organizada e uma rotina depois de um dia agitado e desgastante na escola são muitas vezes o remédio que a criança precisa para acalmar e baixar os níveis de stress. Procure manter os mesmos hábitos durante a semana, os horários de estudo, o tempo para jogar, lanchar, brincar e passear o cão, entre outros. O tempo de inatividade é precioso, mas demasiadas horas sem tarefas também podem gerar ansiedade na criança. Ajude a definir o ponto de equilíbrio.  

  8. Sugira frases positivas: Incentive a criança a usar frases positivas quando se confronta com determinados obstáculos que parecem intransponíveis. "Não tenho medo de tentar", por exemplo, ou "eu consigo fazer isto" são duas frases que ajudam a estimular a confiança da criança diante de situações mais complexas e de stress. O objetivo é também, em simultâneo, afastar os pensamentos negativos que nunca são bem-vindos. 

  9. Avalie a necessidade de pedir ajuda: o yoga, a meditação ou a respiração profunda, por exemplo, podem ajudar a criança a melhor gerir os momentos de stress na escola. Psicólogos, terapeutas e especialistas em dificuldades de aprendizagem também podem ser determinantes na evolução da criança e da gestão das expetativas em cada uma das várias etapas do crescimento.     

 Artigo escrito e publicado pelo Sei – Centro de Desenvolvimento e Aprendizagem

Anterior
Anterior

10 dicas para ajudar o aluno do ensino secundário a gerir o stress

Próximo
Próximo

9 dicas para estimular a concentração das crianças