10 dicas para ajudar o aluno do ensino secundário a gerir o stress

O stress é um problema cada vez mais comum. E não afeta, apenas, os adultos ou os alunos universitários, também os mais novos do ensino secundário já começam a acusar elevados níveis de tensão que, no limite, podem desencadear graves situações de esgotamento. Pais e professores estão cada vez mais em alerta, preocupados com a saúde física e emocional dos seus adolescentes.

A exigência crescente da avaliação contínua, dos testes de avaliação, dos exames de ingresso à universidade e a incerteza da admissão num curso superior, podem ser uma bomba-relógio prestes a explodir. A sensação de perda de controlo sobre o futuro promove o stress e a ansiedade, sobretudo junto dos alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem. Estudos recentes concluem que os casos de burnout têm vindo a aumentar nos últimos anos, devido a prolongados períodos de exaustão física, mental e emocional, num mundo cada vez mais competitivo. 

Os estudantes vivem num permanente estado de comparação, medindo constantemente as suas falhas e sucessos em relação aos demais. Esta montanha-russa emocional é desgastante e requer sabedoria e conhecimentos para saber utilizar as ferramentas mais adequadas para a ultrapassar em cada caso concreto. Todas estas adversidades provocam elevados níveis de stress e frustração que, não raras vezes, são subestimados. É essencial que pais e professores saibam identificar os primeiros sinais de esgotamento. Quando a exigência escolar é grande e o adolescente não está a conseguir acompanhar o ritmo de aprendizagem que se pretende, podem estar reunidas as condições para que o processo de esgotamento físico e mental se inicie.

 

Eis algumas dicas úteis para evitar que o adolescente se sinta sobrecarregado:  

  1. Incentive a ter uma alimentação saudável: uma alimentação regrada é o primeiro passo para o bem-estar do aluno. Os jovens costumam ter muita energia acumulada e gastá-la em diversas tarefas. Por isso, é fundamental oferecer ao nosso organismo os nutrientes que ele precisa para que possa render o máximo que dele se espera

  2. Promova uma atividade física fora do período escolar: as horas de descanso e de ócio são essenciais para uma boa qualidade de vida. Ter um sono de qualidade é essencial para que o corpo e a mente rendam o máximo das suas capacidades, mas o exercício físico regular também é muito importante. Uma atividade física do agrado do adolescente fará com quer os níveis de dopamina, endorfina e serotonina subam ao ponto de gerar bem-estar e satisfação. Por exemplo, o futebol, a natação e o ballet podem ser boas opções para compensar o desgaste do aluno face às suas responsabilidades escolares das quais não se consegue desligar durante a maior parte do dia. 

  3. Ajude na adaptação aos novos desafios: se o adolescente vai iniciar uma nova tarefa, como por exemplo, o voluntariado, é normal que a incerteza do que vai encontrar o deixe stressado. Porque não antecipar o que irá encontrar? E que tal conhecer previamente o espaço onde vai realizar o voluntariado e as novas pessoas com quem vai partilhar essa experiência? Pode igualmente ter acesso prévio a uma lista das tarefas que vai executar. Esse reconhecimento certamente que contribuirá para diminuir o stress e reforçar a segurança em relação ao novo desafio que irá enfrentar. 

  4. Contribua para promover a organização: nos dias que correm é relativamente fácil encontrar um aluno com dificuldades de concentração. Muitos adolescentes mantêm a atenção em várias coisas ao mesmo tempo, mas na verdade, não conseguem captar a principal mensagem que cada uma delas transmite. É essencial saber dominar as nossas competências e colocá-las ao serviço da aprendizagem. Só assim conseguimos desenvolver uma linha de raciocínio eficaz que nos permita absorver os conteúdos que nos são transmitidos. A organização é absolutamente vital neste processo. Sem organização sentiremos mais dificuldades e com essas dificuldades surgirão os momentos de stress

  5. Mostre que é possível executar as tarefas por fases: com tantas responsabilidades escolares que são exigidas ao aluno, por vezes, é normal que algumas sejam deixadas para trás por falta de tempo e de disponibilidade física e mental. O aluno que tem dificuldades de aprendizagem, que pensa e aprende de forma diferente, ainda tenderá a sentir maiores dificuldades na execução dessas tarefas. Ajude-o a calendarizar a lista de trabalhos a realizar. Por exemplo, se o aluno tem em mãos a leitura de uma obra literária importante que depois será apresentada em frente a toda a turma, porque não programar a respetiva leitura por fases ou capítulos? Quinze minutos de leitura diária antes de dormir, por exemplo, pode ajudar a transformar essa tarefa escolar numa missão de puro prazer.  Evita-se assim que o stress se acumule, caso a leitura seja deixada para os últimos dias, obrigando depois a um esforço gigante para chegar à última página.

  6. Elogie o esforço: elogie o esforço e não a inteligência. Tenha sempre presente que o elogio em excesso pode não ser benéfico na medida em que pode levar o adolescente a acreditar numa falsa realidade.

  7. Ajude a manter uma atitude positiva: costuma-se dizer que as pessoas que olham a vida de uma forma positiva e otimista têm tendência a ser mais felizes, mais realizadas e a experimentar menos períodos de stress. Por norma, conseguem lidar melhor com a tensão e os momentos de frustração. Quanto mais calmo o adolescente conseguir ser perante os obstáculos da vida maiores probabilidades terá de alcançar uma vida escolar tranquila e bem-sucedida.  

  8. Ensine a ser paciente consigo mesma: um ser humano não é uma máquina.  Muitas vezes acusamos níveis elevados de stress porque somos demasiado rigorosos connosco, abdicamos das horas de descanso recomendadas e dos momentos de lazer. Sempre que o stress e a ansiedade ameaçarem tomar conta dos nossos comportamentos, devemos lembrar-nos das nossas conquistas e dos nossos pontos fortes. Conversar com familiares e amigos também pode ser uma preciosa ajuda nos momentos mais difíceis. 

  9. Estimule uma boa respiração: a ansiedade e o stress alteram o ritmo da nossa respiração. Ensine o adolescente a inspirar e expirar de forma profunda e lenta sempre que estiver a viver momentos de tensão. Esta técnica ajudá-lo-á a relaxar e a recuperar os níveis de concentração que se pretendem para executar determinada tarefa. Ouvir música também é uma ótima solução para serenar.  

  10. Procure ajuda:  ​avalie a necessidade de pedir apoio especializado. Os psicólogos são recursos fundamentais para todos os problemas de comportamento que afetam o desempenho escolar e não só. Através de estratégias de prevenção, intervenção e promoção da saúde psicológica conseguem prestar decisivos contributos para uma vida melhor.    

 Artigo escrito e publicado pelo Sei – Centro de Desenvolvimento e Aprendizagem

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