Estratégias de Sala de Aula para Dificuldades Comportamentais Específicas

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São várias as razões que podem levar a que um aluno revele determinado comportamento ou dificuldade, ou a que o ambiente e trabalho em sala de aula sejam prejudicados. Entre as várias causas possíveis poderá estar a existência de uma Dificuldade de Aprendizagem Específica, ou a existência de uma Perturbação de Défice de Atenção ou o aluno poderá simplesmente revelar essa dificuldade. Como tal, é importante o professor estar munido de estratégias/adaptações simples, que o auxiliem a gerir da melhor forma estas dificuldades. O presente texto identifica alguns desses comportamentos/ dificuldades e respetivas adaptações. 

Quando observar este comportamento… Tente estas estratégias:

Dificuldade em completar uma tarefa específica passo a passo:

- Dividir a tarefa em passos viáveis e alcançáveis pelo aluno;

- Dar exemplos específicos de forma a que modelem o aluno para que consiga completar a tarefa. Passar de uma tarefa para outra sem terminar a primeira;

- Definir de forma explicita os requisitos necessários para a tarefa ser considerada completa (ex: “o teu trabalho de matemática termina quando todos os três problemas estiverem feitos e corrigidos; não comeces outra tarefa antes de terminares esta”).

Dificuldade em seguir instruções:

- Certifique-se que tem a atenção do aluno antes de dar a instrução;

- Use pistas/dicas para o alertar;

- Dê instruções orais juntamente com as instruções escritas facultadas;

- Dê uma instrução de cada vez;

- Repita a instrução para o aluno, de forma discreta, após ter sido dada para o resto da turma;

- Certifique-se que o aluno entendeu a instrução pedindo-lhe que a repita ou a explique por palavras suas.

Dificuldade em manter o esforço e a eficácia ao longo do tempo:

- Reduza a extensão da tarefa e dê prioridade à qualidade (em vez da quantidade);

- Aumente a frequência dos reforços positivos (se vir que o aluno está a fazer bem, diga-lhe).

Dificuldade em completar os projetos (tarefas que vão para casa):

- Faça uma lista com os passos necessários para completar a tarefa, dizendo-o ao aluno;

- Distribua o projeto em secções alcançáveis com prazos específicos de entrega para cada uma;

- Vá verificando com frequência se o trabalho está a ser feito;

- Designe um “companheiro de estudo” para cada secção, para que possa ajudar o aluno.

Dificuldade com qualquer tarefa que implique memorização:

- Combine a visão, a linguagem, a escrita e a realização;

- Ensine técnicas de memorização como método de estudo (e.g. mnemónicas, repetição).

Dificuldade em avaliações escritas:

- Dê tempo extra;

- Ensine estratégias e competências de como realizar um teste e dê a hipótese de o aluno ser testado oralmente;

- Realize um teste claro, legível e organizado;

- Use um formato de teste com o qual o aluno se sinta mais confortável e que lhe seja familiar;

- Dê exemplos de resposta;

- Deixe um espaço grande para cada resposta;

- Dê-lhe folhas de rascunho.

Dificuldade em manter a atenção (facilmente distraído por estímulos externos):

- Recompense quando estiver focado;

- Divida atividades em unidades pequenas;

- Vá recompensando realizações oportunas;

- Utilize a proximidade física e o toque para o ajudar a focar e a manter a atenção.

Dificuldade em auto-monitorizar-se (erros de desatenção na escrita, na aritmética e na leitura):

- Ensine métodos específicos de auto-monitorização (stop-olha-ouve);

- Faça com que o aluno reveja o trabalho algum tempo depois de terminado.

Demora muito a fazer uma tarefa de 10 minutos:

- Permita uma metodologia alternativa para completar a tarefa, recorrendo pouco à escrita (apresentação oral, um vídeo, apresentação visual, gráficos, mapas, imagens);

- Permita uma forma alternativa de escrita (e.g. computador).

Desatento, alheado do que se está a passar na sala de aula:

- Certifique-se que tem a atenção do aluno antes de dar instruções (diga ao aluno para prestar atenção, olhar para si enquanto fala, olhar para os seus olhos);

- Peça que repita as instruções;

- Tente envolver ativamente o aluno na aula (aprendizagem cooperativa).

Dificuldade em participar na sala sem interromper/dificuldade em trabalhar sem agitação motora:

- Sente o aluno próximo do professor;

- Recompense o comportamento adequado;

- Utilize o “canto do estudo” se apropriado.

Fala excessivamente:

- Ensine ao aluno alguns gestos e utilize-os para dizer ao aluno quando pode e não pode falar.

Dificuldade nas mudanças de atividades, tarefas, aulas, etc.:

- Avise previamente o aluno de que vai haver uma mudança (agora estamos a fazer esta ficha, a seguir vamos fazer…) e o que espera dele (e é preciso que tu…);

- Tenha locais específicos para todos os materiais;

- Peça a um colega que o ajude na organização do material na transição de atividade.

Dificuldade em permanecer sentado:

- Dê ao aluno frequentes oportunidades para se levantar e movimentar (e.g. fazer recados, distribuir material);

- Vá indicando a parte do corpo que está em movimento excessivo, por forma a consciencializá-lo.

Desafia a autoridade:

- Dê-lhe atenção positiva;

- Fale individualmente com o aluno sobre o comportamento indevido (o que estás a fazer é…a melhor forma de obteres o que queres é…).

Dificuldade em espaços não estruturados (corredores, recreio, refeitório):

- Diga ao aluno qual o objetivo concreto durante uma atividade não estruturada (o objetivo de irmos à biblioteca é…), associando aquilo que espera dele (e é preciso que tu…);

- Faça jogos de equipa e outras atividades de grupo.

*Adaptado de “Suggested Classroom Interventions For Children With ADD & Learning Disabilities” 

Artigo publicado pelo Sei – Centro de Desenvolvimento e Aprendizagem.

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