Sinais de ansiedade em crianças

A ansiedade faz parte da condição humana. É um estado emocional com componentes psicológicas e fisiológicas que pode atingir também os mais novos de diferentes formas. Nem sempre representa um problema, mas quando exagerada e sem uma razão real que a desencadeie, essa ansiedade tende a tornar-se patológica. E nesses casos, urge o acompanhamento de um especialista no sentido de estabilizar emocionalmente a criança. 

Tenha presente a seguinte realidade incontornável: há alunos mais suscetíveis do que outros. Para alguns, a simples presença na escola e as relações de amizade no atual contexto de COVID-19, são motivos suficientes para desenvolverem radicais alterações de comportamento que, no limite, podem gerar problemas de ordem pedopsiquiátrica. A pandemia em que vivemos pode, por exemplo, causar medo nas crianças e esse medo manifestar-se em forma de ansiedade. De uma forma simples e dito de uma outra maneira, a ansiedade é uma reação a situações potencialmente perigosas, que envolve respostas a diferentes níveis. 

Os quadros de ansiedade são muito prevalentes em crianças e adolescentes e distinguem-se consoante a situação que os desencadeia. Na infância, os mais comuns são: 

1 - Ansiedade generalizada - Talvez a mais diagnosticada. Não está diretamente relacionada com uma causa direta, mas sim com um conjunto de possíveis acontecimentos, por exemplo ligados ao lado social da vida, como a escola e a família. Podem potenciar reações fisiológicas diversas como o aumento do ritmo cardíaco, o choro descontrolado e más noites de sono.

2 - Ansiedade de separação - Para que possamos diagnosticar é necessário que as alterações comportamentais se manifestem por um período mínimo de 4 semanas. Esta ansiedade surge quando existe uma preocupação persistente de que algo de mau possa suceder aos membros diretos da família, normalmente aos pais e irmãos. O receio da morte e da doença, por exemplo, e de outras situações que possam significar a perda de alguém nuclear na vida das crianças, e até de si própria, pode manifestar-se através de dores de cabeça, de barriga, vómitos, pesadelos, entre outros.  

3 - Fobias - O medo funciona como um instinto - o nosso corpo responde com medo sempre que nos sentimos inseguros ou em perigo, por exemplo, diante de cobras, ratos, baratas, alturas, espaços fechados, entre outros.  As fobias são medos intensos e irracionais. Quando temos uma fobia ficamos ansiosos e com medo perante situações específicas.  Há crianças que rejeitam falar em público com medo de serem envergonhados perante terceiros. Uma simples avaliação oral na sala de aula, em frente à turma pode desencadear as mais variadas reações negativas como crises de choro entre os mais novos e até sensações de pânico quando se trata dos mais crescidos. Para que o quadro de perturbação possa ser diagnosticado é necessário que os sintomas perdurem durante mais de 6 meses.

 

Cabe aos pais redobrar a atenção a eventuais reações adversas que possam ocorrer, antes que a situação se agrave e cause danos à saúde mental da criança. Lembre-se que a estabilidade emocional começa dentro de casa.  Esteja atento às seguintes possíveis alterações comportamentais:

Sinais físicos de ansiedade

Hiperventilação, transpiração, tremores nas mãos, tensão muscular, palpitações, dores de cabeça e de estômago frequente, dificuldades em adormecer e manter um sono prolongado e reparador.

 

Sinais emocionais de ansiedade

Choro descontrolado, enorme sensibilidade, ataques de raiva, pânico e mau humor sem razão aparente, falta de confiança, medo de ir para a escola e outros lugares com muita gente e pesadelos frequentes sobre perda de familiares.

 

Sinais comportamentais de ansiedade 

Fuga do convívio com outras pessoas em qualquer contexto, queixa-se com frequência de não ser capaz de executar determinada tarefa sem nenhuma razão real e birras constantes.

 Artigo escrito e publicado pelo Sei – Centro de Desenvolvimento e Aprendizagem

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